Por Gisele Teixeira
Em pouco mais de
duas semanas, foram 605 projeções independentes em cerca de 20 países, mais de
2,8 milhões de reproduções na web, 300 mil downloads e 55 mil fãs no Facebook
(dados de domingo).
Tudo isso para um
documentário de duas horas e meia sobre um tema que geralmente não dá grande
bilheteria: a educação.
O diretor tem
apenas 24 anos e o projeto foi todo financiado coletivamente por 704 pessoas
que colocaram US$ 62.700 para viabilizar as mais de 90 entrevistas com
educadores de oito países.
O filme mescla
animação, dramatização com voz em off, entrevistas e uma história de ficção
para questionar o atual sistema educativo no Ocidente. Criado há mais de 200
anos, mantém até hoje uma estrutura vertical, baseada na competição, divisão de
idades, classes obrigatórias, currículos desvinculados da realidade e sistema
de prêmios e castigos.
“Longe de
responder às necessidades e desejos dos pequenos, a escola hoje é um
estacionamento de crianças, onde elas ficam sendo adestradas até o momento de
trabalhar. Se algum não se adapta ao sistema, fracassa. O que não se vê é que
não é o estudante que fracassa, e sim o sistema que está mal pensado”, resume
um dos entrevistados, o investigador chileno Carlos Muñoz.
O documentário
também se propõe a discutir outros modelos de ensino – as experiências
proibidas - como a logosofia, Montessori, Waldorf, Killpatrick e Paulo Freire,
para citar alguns. Todos estão detalhados no site do filme, onde também se pode baixar o documentário ou
vê-lo on line.
O diretor não
defende nenhum método específico, somente pensar a educação retirando o
professor e os conteúdos do centro da cena e colocando aí o aluno, com seus
desejos e aptidões individuais. Esquecer a ideia de disciplina, autoridade e
competência, e a substituir por respeito, liberdade e amor.
Em entrevistas ao
jornal Página 12, Germán Doin afirma que tem duas teses para o sucesso do
filme, uma pessimista e outra positiva. A primeira é que se trata de um
fenômeno das redes sociais. A segunda, que há uma necessidade urgente de falar
sobre educação.
No momento em que
o prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, instala um 0800 nas escolas
públicas para denunciar atividades de cunho político entre os estudantes, não
tenho a mínima dúvida sobre qual das duas opções está correta. O tema está na
pauta. Por sorte.
Fonte:
http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2012/09/04/cartas-de-buenos-aires-educacao-proibida-463581.asp
4 comentários:
Parabéns Luiz!
Adorei ler estas linhas fundamentais para repensar o educar e o ato educativo em nossos educandarios.
EEB Profa Irene Stonoga
Chapecó
Muito interessante a postagem Luiz. Adorei!!!
Penso que a qualidade da Educação depende de ações que visem em primeiro lugar a qualificação dos profissionais da Educação e para que isso ocorra é necessário uma mobilização social neste sentido, é o caso que este filme parece instigar(pois só vi o trailer): a reflexão a respeito do rumo que a educação está tomando...
Olá EEB Profª Irene Stonoga - de Chapecó, é preciso repensar sempre nossa prática e também compreender o processo que nos envolve e movimenta essa esfera chamada "EDUCAÇÃO". Sabemos da importância de buscarmos clareza para que possamos estar sempre alinhados e preparados a desafios constantes!
Abraços e voltem sempre
Luiz
Olá Elizane!
Sua referencia inicial é pertinente, pois sabemos que não havendo investimento continuado nos profissionais da Educação,nada vai a lugar algum. É valioso seu pensamento! Gostei...
Você deve assistir na integra o vídeo, vale a pena.
Abraços
Luiz
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