PROJETO DESENVOLVIDO PELA PROFESSORA DE ARTES: RITA DE CASSIA SOARES
CEJA - CENTRO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS - VIDEIRA /SC
Esta
frase é de Kátia Canton, do livro “Espelho do Artista”, serviu de inspiração e
base de pesquisa para este trabalho na disciplina de Artes no Ensino Médio
do CEJA – Videira.
Iniciamos
mostrando aos alunos que desde a Pré-história o ser humano busca deixar
registradas as suas marcas, a sua imagem, sua identidade com a marca das
mãos nas paredes das cavernas (“Mãos em negativo”).
Na
Idade Média, o artista Giotto inclui-se entre os retratados num Mural feito de
técnica do afresco na Capela Arena, em Pádua, pois não era comum retratar
pessoas comuns, só arte sacra.
Já
no Renascimento, os artistas eram contratados para pintar corpo e rosto de
pessoas importantes. E neste período também, os artistas começaram a pintar-se
e a usar suas próprias imagens como assunto das obras de arte. Albrecht
Dürer foi o primeiro artista do Renascimento a pintar autorretratos e
pintou uma série deles bem como se retratou em cena dentro da obra “A Virgem da
Festa Rosa”. Já Giuseppe Arcimboldo retratou-se com elementos da natureza
que compõe as quatro estações.
Rembrandt,
artista holandês do período barroco, pintou cerca de cem autorretratos,
registrando diferentes emoções, expressões e sensibilidades.
Vicent
Van Gogh também pintou diversos retratos, talvez como uma forma de se
conhecer...
De
Gaughin a Frida Khalo, no Modernismo, os artistas ousaram e começaram a brincar
com suas imagens, com extrema liberdade, pois o autorretrato é o espelho
do artista, considerando que nele ficam refletidos, além de sua imagem. Os
valores, sua época e sua maneira de ver o mundo.
Nosso
objetivo com estas ações era de que os alunos visualizassem os modos de compor autorretratos
que os artistas de diferentes épocas utilizaram, da Pré-história ao Modernismo,
em uma viagem, pela História da Arte.
E
a inspiração para o fazer artístico dos alunos, veio a partir dos retratos e
autorretratos pintados pelo artista brasileiro Romero Britto.
Após
a apreciação das imagens destas obras e puderam interferir em seus próprios
retratos (fotocópias) utilizando cores, linhas, formas e texturas.
No
início apresentaram timidez e vergonha ao se depararem com suas fotos, mas
depois curtiram o resultado, achando que ficaram “interessantes” os seus
trabalhos estéticos. Seria uma forma de resgatar-lhes a autoestima?
E
pudemos perceber que com este trabalho os alunos conseguiram aprender conteúdos
sobre história da Arte, sobre artes visuais e refletindo sobre si mesmos,
enquanto alunos da Educação de Jovens e Adultos, seres
histórico-culturais, participantes de um contexto social, pois o Projeto
Identidades também busca suscitar a reflexão: Quem sou eu, quem somos nós,
quem são os outros?
Texto Rita de Cassia Soares
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